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Um Raio Não Cai Duas Vezes... Opa! Pera...

  • Mallê
  • 16 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

Fim da viagem! Nosso próximo destino seria nossa casa: eu em Belo Horizonte/MG, e Priscila em Igarapé/MG. Levantamos bem cedo. Arrumamos bem as mochilas, distribuindo o peso da melhor forma possível, pois ainda não sabíamos o quanto caminharíamos. Agradecemos ao nosso "host" daquela noite, e partimos.

Passamos na padaria, tomamos um bom café. Fomos ainda em dois lugares que não tínhamos visitado na cidade, e seguimos para encontrar um bom ponto pra pedir carona. De onde estávamos alojadas até a saída da cidade, andamos 2 km.

Saída da cidade de Cordisburgo/MG. Foto: Priscila Pereira.

Paramos logo depois da placa de saída da cidade. Jogamos as mochilas no chão, e esperamos. Muitos carros vinham, mas desviavam em uma rua a uns 100 metros de nós, retornando para a cidade. Até que veio um ônibus escolar. Esperei pra ver se ele não desviaria. Não desviou! "Pri, ônibus escolar dá carona?" - perguntei, já estendendo o polegar (não custava tentar!).

Parou! Ela correu pra perguntar até onde ele ia. "Sete Lagoas", disse o motorista que topou nos levar até a BR-040 pra pegarmos a próxima carona. O ônibus não estava a trabalho. Estava muito sujo! Poeira vermelha cobrindo tudo, por dentro e por fora. Estavam o motorista e um ajudante. Levavam o veículo para o conserto. Logo descobrimos o motivo: ele não passava de 15km/h! E naquela velocidade, fomos nós...

À bordo no ônibus escolar, que não fazia mais do que 15km/h!

Por qualquer motivo, pensei que Sete Lagoas estava para o lado contrário do que iríamos. Então, quando chegamos na BR-040, O motorista perguntou se iríamos ficar ali mesmo ou se queríamos ir até a entrada da cidade com eles. Falei que desceríamos ali. Demorou um tempinho pra que eu me tocasse de que poderíamos ter ido até bem mais à frente, mas agora já era tarde! Procuraríamos um outro ponto para caronar.

Os carros ali passavam muito depressa! Nem se quer nos viam! Havia acostamento de sobra. Não paravam. Decidimos andar até mais à frente, onde havia uma pamonharia. Muitos carros entravam lá, e talvez nos dessem carona se ficássemos na saída, onde ainda podíamos continuar tentando a sorte na BR.

Continuaram passando depressa! Muito! Fizemos uma plaquinha com um papelão que tínhamos guardado caso precisasse. Mesmo assim, nada! O sol estava muito quente, então começamos a nos revesar com a plaquinha, enquanto a outra ia para a sombra tomar água, ou comer as frutas que tínhamos comprado no dia anterior.

Em um dado momento, fomos as duas um pouquinho mais para frente, deixando as mochilas num canto. Esticamos a placa, e os dedos. E nessa hora, um caminhão começou a reduzir a velocidade, e a encostar. Mas, ao contrário do que pensamos, eles não tinham nos visto (tanto que tivemos que sair da frente pra não sermos pisadas). A lona que cobria a carga na carroceria havia desamarrado, e eles pararam para arrumar.

Quando abriram a porta do caminhão e desceram, para a nossa surpresa, eram os mesmos caminhoneiros que haviam nos levado da BR-040 até Cordisburgo há dois dias! Fariam uma entrega em Sete Lagoas e depois iriam carregar em Betim/MG para seguir viagem. Amarraram a lona solta, e perguntaram se queríamos ir. "Vou até Betim, mas antes tem uma entrega. Querem ir?", perguntou o motorista gaúcho. Quando íamos até Cordisburgo, eles também passaram em uma outra cidade pequenininha antes (Araçaí/MG) para entregas, e fomos com eles. Então, mais uma entrega não seria nada mal!

Fomos conversando e rindo da coincidência de, mais uma vez, nos encontrarmos na estrada! E já fomos logo dizendo que combinaríamos as próximas viagens quando ele estivesse perto de BH para dar uma carona.

Fim da viagem. Parou perto de onde carregaria o caminhão, que era bem ao lado dos pontos de ônibus para nós duas. Gentilmente se ofereceu para nos dar o dinheiro da passagem, e até insistiu. Não aceitamos. Não era preciso. Passou seu número caso precisássemos de carona e estivéssemos indo para o mesmo lugar.

Agradecemos. Nos despedimos.

A certeza é de que tenho ali um amigo que a estrada me deu. Eu sou muito grata por sua preocupação conosco, por puxar nossa orelha, por seus conselhos e prestatividade.

Espero que um mesmo raio possa cair mais vezes num mesmo lugar!

 
 
 

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