Alma Nômade
- Mallê
- 6 de jan. de 2015
- 1 min de leitura
Às vezes me engasgo com as palavras. São muitas! Tantas, tão cheias de vida, que tentam sair todas de uma vez. Se atropelam pelo caminho e, de repente, lá estão, travadas na garganta.
Permaneço calada, até que se resolvam. E pouco a pouco, do peito vem a solução que a cabeça não tinha. Quase que num devaneio, a mente produz mais ideias do que o corpo possa praticar. Resta ao coração alinhá-las, tornando-as poesia. Desta forma, tudo o que penso, ainda que não realize, vira amor.
Por estas e outras bem sei que é o fato de sonhar que nos faz viver. É preciso o movimento, os novelos de ideias embaraçadas, o caos entre querer e poder, os desvios, atalhos e engarrafamentos rumo às nossas vontades.
Enquanto não caminho, aproveito a pausa para relembrar os lugares por onde já passei, pensar nos próximos onde desejo estar. Pois tudo parte do querer. E viajo antes mesmo de sair do lugar.
Meu destino é cada instante, a próxima esquina, a foto seguinte, cada parágrafo, o ponto de ônibus, a banca (de frutas ou revistas).
E de que vale saber se vou de carro, caminhão, ou se pego carona em suas histórias sobre o Canadá? Importante é que vou. Que estou. Ou não...
Mas sabe que nem pressa tenho? Tenho é alma desinquieta, presa ao vento por barbante. Basta um sopro pra que se levante, e alce vôo. Sem saber pra onde, vai...

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