O Começo de Tudo
- Mallê
- 7 de jan. de 2014
- 2 min de leitura
Cresci em uma família com o dom de receber bem as pessoas. Meus pais sempre foram exímios anfitriões. Nunca houve quem dissesse que ficou constrangido ou acanhado em minha casa. Todos os que nela estiveram sentiram-se tão acolhidos quanto em suas próprias casas (as vezes mais). Aquele lugar era como um grande e caloroso abraço onde todos gostariam de voltar. Foi assim que conheci e aprendi a respeitar as diferenças de cultura, convivendo com cada pessoa sem que estas tivessem que deixar de ser elas mesmas para se adequar ao local.
Meu pai: homem simples, honesto, de caráter inquestionável. Trabalhador. Além de viajar com as histórias de nossos hóspedes, sempre gostou de colocar os pés na estrada! Embrenhar-se em meio ao mato para acampar, pescar, esvaziar a cabeça. Por quantas vezes eu entrei em um carro com ele (perdia aulas, até) para ir a alguma cidadezinha vizinha à nossa para entregar geladeiras com ele em seu trabalho? Incontáveis! Quase consigo ouvir as músicas que passavam no toca-fitas do carro enquanto viajávamos...
Desde muito pequena então, quis que a estrada fosse uma constante em minha vida. Meus sonhos cresceram. Queria conhecer o mundo inteiro. Curiosa, precisava aprender o que as pessoas diziam em seus idiomas. Minha fome tornou-se insaciável, e os livros de história sobre civilizações, povos e culturas alimentavam minha vontade.
A falta de condições para realizar muitas destas coisas não me desanimou. Na verdade, foi combustível para que eu buscasse meios de desvencilhar o medo e concretizar meus anseios.
Sou reflexo dos exemplos que tive. Sou imagem do que eu sempre quis ser. E agora, prestes a romper as fronteiras entre "querer" e "fazer", vou em busca das histórias que desconheço, dos abraços, cidades, idiomas, pessoas...
Não existe roteiro. Apenas o Vento Norte para me guiar. Não existe tempo, limite, planejamento. Cada passo é um universo a parte, e quero degustar cada instante. Quero demorar sempre que o coração quiser ficar. Quero partir quando ele disser que já é hora. Quero caminhar.
Mochila nas costas, aqui vou eu!
Seja bem vindo ao mundo ao redor do meu nariz!

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